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Cultura

Para DJ Dani Black, o rap constrói outro mundo

Música é uma forma de libertação de um mundo racista, lesbofóbico e opressor

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
"Rap nos dá uma perspectiva diferente do que o mundo impõe para quem é pobre, periférica, preta, mulher e LGBTI", diz DJ Dani Black - Vand.alismo

Artista, preta, periférica, lésbica e que vê na música uma forma de libertação de um mundo racista, lesbofóbico e opressor. Essa é uma das reflexões da DJ Dani Black, que há dois anos veio de Londrina para Curitiba e faz do seu trabalho no rap e na discotecagem uma possibilidade de construir outra perspectiva de mundo além das opressões.

Começou adolescente na música, como baterista em uma igreja de Londrina. Na juventude, rompeu com a Igreja por perceber que a instituição não trazia transformação para a sua vida. “Depois, busquei me conectar com as minhas raízes e me encontrei no rap”, conta a DJ.

Para Dani, o rap é o caminho para ir além do que o mundo atual oferece. “O rap surge com o meu povo preto e periférico fazendo denúncias contra o racismo, desigualdades e injustiças. Também eleva nossa autoestima e nos mostra que somos reis e rainhas. Nos dá uma perspectiva diferente do que o mundo impõe para quem é pobre, periférica, preta, mulher e LGBTI”, diz.

Dani integrou um grupo de rap, em Londrina, composto só por mulheres. Chegando a Curitiba, buscou se aperfeiçoar na área de discotecagem. Atualmente, toca em vários espaços e eventos, além de movimentos políticos. “Vivo um momento muito lindo do meu trabalho, porque me encontrei com pessoas que também querem construir outros espaços e seres”. Ela destaca o Brechó das Pretas e o Bloco Pretinhosidade como importantes parcerias.

Para ouvir a DJ Dani Black:

07 de março – Festa do Bloco Pretinhosidade, na Sociedade 13 de maio, às 22h.

08 de março – Dia da Rainha, na Praça Generoso Marques, a partir das 14h.

12 de março – Batalha da Menô, na Cervejaria Xamã, Boqueirão, às 19h. 

Edição: Lia Bianchini