Paraná

Bancários

Trabalhadores param departamentos da Caixa e do BB em atos contra reestruturação

Para movimento sindical, mudanças nas condições de trabalho nos bancos públicos são preparatórias para a privatização

Curitiba |
Bancários participam de paralisação em departamentos da Caixa no Paraná - Joka Madruga

Na manhã desta quinta-feira, 13, os dois prédios administrativos da Caixa, na Praça Carlos Gomes e na Caixa Cultural, amanheceram fechados em Curitiba. Os trabalhadores se mantiveram do lado de fora, onde os dirigentes sindicais estenderam faixas em defesa dos bancos públicos e contra a reestruturação.
No dia anterior, a Caixa abandonou a mesa de negociação com os trabalhadores. Após implantar regras e readequações sem dialogar com os sindicatos, alegando “atos de gestão”, a administração do banco, sob a tutela do governo Bolsonaro, se recusou a aceitar o pedido dos trabalhadores, de ter acesso às planilhas e dados sobre o programa de reestruturação. “A gente quer negociar, para que eles passem os números e para a gente conseguir verificar com os nossos estudos se isso será positivo e melhor para os trabalhadores, de forma que não impacte negativamente na vida deles”, afirma a dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região Clarice Weisheimer, representante do Paraná na Comissão de Empregados da Caixa nas negociações com o banco.
De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), Junior Cesar Dias, os atos estão acontecendo nacionalmente hoje, na Caixa, e na quarta, dia 12, no Banco do Brasil, e também nas diversas bases do Paraná. “O que a gente não pode deixar acontecer neste momento é não dar respostas ao que o governo federal e a administração dos bancos vêm fazendo. Esse é só o início, a gente sabe que a privatização é a causa principal de tudo que está acontecendo de reestruturação, tanto na Caixa quanto no Banco do Brasil. Infelizmente, o que está posto é uma vontade muito grande dos administradores dos bancos e do governo federal em acabar efetivamente com essas duas empresas, Caixa e BB”, diz.

Atos no BB
Em Curitiba, os atos no Banco do Brasil mantiveram fechados até o meio dia, na quarta, os centros administrativos da agência e departamentos do prédio da Praça Tiradentes, da agência Estilo Champagnat e da Central de Relacionamento do Banco do Brasil (CRBB), em São José dos Pinhais. “Esse ataque ao patrimônio público, essa entrega do patrimônio público ao capital estrangeiro é uma política do atual governo. Isso está claro para nós também, a gente já tinha avisado que o principal objetivo desse atual governo era a privatização de tudo que a gente possa imaginar. A gente não pode esquecer que Paulo Guedes é banqueiro. O ministro da economia é banqueiro. Então ele tem interesse direto, principalmente na privatização de Caixa e BB. E também, casado com isso, a política do governo federal de acabar com programas sociais”, alerta o presidente da Fetec.
 

Edição: Frédi Vasconcelos