Rio Grande do Sul

Funcionalismo

Servidores Públicos gaúchos preparam nova mobilização

Ato convocado pela Frente dos Servidores Públicos do RS contra pacote do governo do Estado será no dia 14 de novembro

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Frente de Servidores Públicos no dia 14 de novembro marcará luta contra o desmonte do Estado
Frente de Servidores Públicos no dia 14 de novembro marcará luta contra o desmonte do Estado - Fotos: Divulgação Cpers

Cerca de 20 entidades representativas dos servidores públicos do Estado do Rio Grande do Sul se reuniram na última sexta-feira (25), para traçar próximos passos da luta unificada do funcionalismo estadual, municipal e federal. Diante da iminência do protocolo dos projetos de Eduardo Leite (PSDB) na Assembleia Legislativa, da proposta de reforma administrativa de Bolsonaro (PSL) e as políticas de desmonte do prefeito Marchezan Jr (PSDB), o grupo prepara um ato unificado na capital no dia 14 de novembro. As entidades e centrais envolvidas convocarão assembleias e atos durante a manhã, em diferentes pontos de concentração. Às 13h30, o funcionalismo gaúcho se encontra no Largo Glênio Peres, seguindo em marcha até o Palácio Piratini.

Na reunião realizada na sede do Cpers/Sindicato, a Frente dos Servidores Públicos (FSP/RS) também deliberou protocolar, junto à Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa, um pedido conjunto de audiência pública com Eduardo Leite e representantes dos demais poderes. 

Presente à reunião, Marcelo Carlini, diretor do Sintrajufe/RS, ressaltou a importância de unificar as lutas e deixar claro para o conjunto da população que são ataques de mesmo sentido os que ocorrem em todas as esferas, ataques que atingem não apenas os servidores públicos, mas todos os trabalhadores. “A derrota do Eduardo Leite é a derrota do Bolsonaro”, destacou. Para ele os servidores públicos podem ser catalisadores de mobilizações massivas que questionam o conjunto de políticas contrárias aos trabalhadores. Em sua manifestação, lembrou o exemplo chileno, onde a questão da tarifa de metrô serviu como fagulha para uma rebelião popular ampla. 

Já o diretor do Sindjus/RS, Fabiano Zalazar, lembrou a greve de 22 dias dos servidores do Judiciário Estadual, uma paralisação, conforme aponta, absolutamente exitosa. “Temos conseguido, acima de tudo, formar consciência na nossa categoria, os colegas cada vez mais sabedores de que temos que resistir e lutar. Sobretudo uma luta por dignidade e valorização profissional, que está absolutamente conjugada com a luta dos servidores públicos nas três esferas. Então é imprescindível termos unidade dos trabalhadores, porque só assim vamos poder resistir e sair vitoriosos desse processo", pontuou.

Marcolino Oliveira, diretor do Sindiserf/RS, defendeu a convocação de todas as categorias para essa mobilização do dia 14 em Porto Alegre, assim como a tentativa de trazer os servidores do interior do Estado. “O nosso sindicato vai estar junto nessa luta. O governo aqui do Estado está fazendo isso, e o federal também: depois da reforma da Previdência, vem com a reforma administrativa, que vai ser um caos também. É importante integrar as lutas, quanto mais força, melhor", afirmou.

Servidores querem repetir a grande mobilização de 2015

“Será um marco para uma nova fase de lutas contra a destruição dos serviços públicos”, destacou Helenir Aguiar Schürer, presidente do Cpers/Sindicato, que propôs o desafio de superar a mobilização histórica que reuniu mais de 30 mil servidores e servidoras em 2015, e paralisou o governo Sartori.

Helenir informou que o Cpers tem percorrido todo o estado, dialogando com a base e apresentando as consequências das medidas. “Não há meias palavras. A intenção do governo é destruir a escola pública e o conjunto dos serviços prestados à população”, frisou Helenir.

Na avaliação do presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo, o governador do estado quer jogar os trabalhadores gaúchos contra os servidores público. “É nítido o desenho do pacote que ele apresentou, para passar a ideia de que somos privilegiados. O nosso papel tem sido esclarecer, junto às categorias do setor privado, que quem precisa de serviço público é o povo trabalhador. Nós precisamos do serviço público e precisamos de servidores", ressaltou.

Para a direção dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul, Sindsepers,  que protocolou na Casa Civil e na Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag-RS) uma contraproposta à reforma estrutural do estado apresentada pelo governo do Estado, o projeto responsabiliza e criminaliza os servidores, impondo-lhes a culpa pela incapacidade do governador de gerir a política fiscal e arrecadatória do Estado. 

Segundo o Sindsepers, um governo comprometido com o desenvolvimento do Estado deve apresentar programas que invistam no fortalecimento da matriz produtiva, capacitando setores públicos para que atuem como fomentadores deste desenvolvimento. “Por isto que a contraproposta elaborada pelo sindicato é baseada em nossa pauta de reivindicações, aprovada em assembleia, que quer a valorização do serviço público. Além disso, nunca é demais ressaltar que a recuperação financeira passa, inevitavelmente, pelo combate rigoroso à sonegação fiscal e pela reparação de aberrações como o excesso de isenções fiscais”.

* Com informações do CPERS, Sintrajufe e Sindisepers

Edição: Marcelo Ferreira