Paraná

Serviço Público

Dia do Servidor Público: protesto denuncia aumento de suicídios e adoecimento

Sindicatos instalaram cruzes representando trabalhadores que morreram devido às más condições de trabalho

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Protesto por iniciativa do Fórum de Entidades Sindicais, o FES
Protesto por iniciativa do Fórum de Entidades Sindicais, o FES - Ana Carolina Caldas

A Praça Nossa Senhora de Salete, em frente ao Palácio do Governo do Paraná, amanheceu com a instalação de cruzes colocadas como forma de denúncia sobre as más condições de trabalho que os servidores públicos paranaenses enfrentam. As cruzes instaladas representaram o adoecimento e o crescente número de suicídios dos servidores públicos. A inciativa do Fórum de Entidades Sindicais (FES) aconteceu neste dia 28, data em que se comemora o Dia do Servidor Público.

Marlei Fernandes, da Coordenação do FES, disse que o objetivo da representação foi chamar a atenção da sociedade e do governo sobre a grave situação do funcionalismo público. “Temos uma lista de ataques aos servidores nestes últimos anos, desde a constante falta de diálogo do governo com as categorias, a desvalorização total do trabalho que o servidor público realiza, as más condições, o rebaixamento salarial e a pressão interna constante, o que faz com que exista algo que não acontecia antes, o grau de adoecimento crescente e um número grande de suicídios”. Para ela, “passam a aparecer porque o servidor paga para se tratar, trabalhando números de horas a mais para poder sobreviver”.

Segundo dados do Ministério da Saúde e de pesquisa da APP Sindicato, em 2018, 11 policiais morreram por suicídio. Entre 2008 e 2016, na área da saúde foram 48 casos de suicídio. E em 2018 foram 15 mortes de professores pela mesma causa. No último dia 15, o governador Ratinho Júnior (PSD) conseguiu aprovar um projeto que acaba com as licenças especiais dos servidores e servidoras. Licença esta que vem sendo usada para tratamento de saúde.

Ricardo Miranda, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), lembrou que o protesto acontece também para repudiar os ataques aos direitos dos trabalhadores. “Do jeito que está, não teremos mais segurança pública assegurada, saúde pública e muito menos educação de qualidade. Essa luta, portanto, não é só pelos servidores e sim pela sociedade, que merece um serviço digno. Nós temos o dever de continuar mobilizado para mostrar que o serviço público deve ser prioridade”, afirmou.  

Edição: Lia Bianchini