Paraná

Visitas a Lula

“Arrependimento tem que se transformar em luta em defesa da saúde”, diz ex-ministro

Alexandre Padilha visitou ex-presidente Lula, nesta quinta, e falou sobre ataques que a área da saúde vem sofrendo

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Após visita a Lula, Alexandre Padilha e Rui Falcão falaram à Vigília Lula Livre
Após visita a Lula, Alexandre Padilha e Rui Falcão falaram à Vigília Lula Livre - Ricardo Stuckert

“Lula venceu a máquina de depressão e doença que tentaram montar para ele aqui em Curitiba”. A afirmação é do deputado federal e ex-Ministro da Saúde do governo Dilma Rousseff, Alexandre Padilha (PT), após visita ao ex-presidente Lula, na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. 

Médico de profissão, Padilha afirmou que encontrou em Lula uma pessoa com vitalidade, força e energia. O deputado falou com preocupação, porém, sobre a “máquina de depressão e doença” que cerca a população a brasileira: desemprego, falta de médicos em áreas interioranas e periféricas do país, corte de verbas para saúde e educação. 

Uma das primeiras medidas do governo Bolsonaro foi encerrar a parceria com o governo cubano para contratação de médicos especialistas em medicina da família e comunidade, por meio do programa Mais Médicos. Com a saída dos médicos cubanos, seis milhões de brasileiros foram prejudicados pela falta de atendimento básico em 705 municípios, segundo dados obtidos pela DW Brasil via Lei de Acesso à Informação.

“Isso tem impacto já, imediato, no aumento da mortalidade infantil, cuidado aos hipertensos, aos diabéticos, aquelas pessoas que precisam de médico para controlar exames, fazer avaliação”, diz Padilha. 

O ex-ministro também lembra a qualificação dos médicos cubanos que deixaram de atender a população brasileira. “Nós tínhamos aqui mais de oito mil médicos cubanos especialistas em medicina da família e comunidade. O Brasil tem seis mil, no país inteiro, [médicos] especialistas em família e comunidade, mas que já estão atendendo a população em outras unidades. Então, o Brasil está perdendo em qualidade de atendimento”, explica.

Além do impacto pela falta de médicos, a saúde da população brasileira tende a respirar por aparelhos. A proposta de orçamento para o próximo ano enviada pelo governo ao Congresso prevê a redução de R$397,6 milhões nas verbas do Ministério da Saúde. O orçamento para compra e distribuição de vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) também deverá sofrer uma redução de 7%, que representa R$400 milhões. 

“A população tem que se conscientizar. Tem muita gente já arrependida de votar no Bolsonaro, mas o arrependimento tem que se transformar em uma luta por defesa da saúde, defesa da educação. A gente precisa mobilizar cada vez mais”, afirma Padilha. 

Acompanhando o ex-ministro na visita a Lula, estava o também deputado federal pelo PT Rui Falcão. Após a visita, ambos estiveram na Vigília Lula Livre, em frente ao prédio da PF, e transmitiram o recado do ex-presidente à militância ali presente. 

 

Edição: Redação