Rio de Janeiro

JUVENTUDE

"Nós por Nós" leva serviços de saúde, emprego e cultura a Manguinhos (RJ)

Militantes também destacaram papel simbólico da ação em comunidade que é alvo de política de extermínio do governo

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Moradores foram atendidos por médicos, tiraram carteira de trabalho e tiveram acesso a banco de empregos
Moradores foram atendidos por médicos, tiraram carteira de trabalho e tiveram acesso a banco de empregos - Coletivo de Comunicação do Levante

Consultas médicas, assistência jurídica e encaminhamento para tirar a Carteira de Trabalho e integrar um banco de vagas de emprego sem precisar enfrentar filas foram alguns dos serviços gratuitos que o Levante Popular da Juventude levou à comunidade de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, neste sábado (31).

As ações integram o lançamento da Semana de Solidariedade Nós por Nós, que acontece pelo quinto ano consecutivo entre os dias 4 e 13 de outubro em várias partes do estado do Rio e em diversas cidades de todos os estados brasileiros. A Nós por Nós também levou à comunidade um bazar popular, oficinas culturais e esportivas.

Integrante do Levante, Janderson Silva comentou as ações da Nós por Nós, que teve sua primeira edição carioca em 2015 no Cerro-Corá, na zona sul da cidade, comunidade onde ele mora. Segundo o jovem, o lema da Semana – “Se eles lá não fazem nada, nós fazemos por aqui” – é um estímulo para a periferia se unir e agir.

“Como a gente é carente de serviços públicos, às vezes precisa meter a mão na massa para se livrar do problema. A gente chama a galera dos médicos populares, advogados populares, a banca de emprego para ajudar e fazer algo real dentro da favela. Ao mesmo tempo, a gente coloca a juventude da periferia, do asfalto e das universidades em luta e em movimento”.

Moradora de Jacarepaguá, na zona oeste, e estudante da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e militante do Levante, Amanda Costa ressaltou a importância da integração e o diálogo entre jovens de diversas partes do estado e do país para compreender quais são as demandas em cada comunidade. Ela também disse que há um simbolismo na ação em Manguinhos.

“A gente vem a Manguinhos porque é simbólico também, no intuito de denúncia contra a política fascista e de extermínio da juventude do governo do Wilson Witzel (PSC). Para a juventude daqui, a prioridade é a sobrevivência. Há helicópteros, caveirão aéreo atirando a esmo sobre a juventude. A gente vem para conversar e pensar junto com eles o que fazer sobre isso, qual é a nossa atitude enquanto juventude para se manter vivo e resistente a essa política”, afirma Amanda.

Morador de Manguinhos, militante do Levante e praticante de Parkour, Danilo da Silva Magalhães, conhecido como Sete, ensinou algumas das técnicas que sabe para crianças, jovens e adultos que querem fazer uma atividade física. Ele contou que o contexto político do Brasil faz com que a conscientização da juventude seja mais importante agora.

“Esse tipo de evento não costuma acontecer nessas favelas da Zona Norte, isso politiza o pessoal que não entende. Agora, com um presidente como esse que está aí, a juventude precisa ficar mais a par dos assuntos do que em qualquer outro tempo”, conta Sete.

Edição: Vivian Virissimo