Paraná

EDITORIAL 136

Bolsonaro age contra a Amazônia e não é de hoje

Como presidente, instituiu corte de 187 milhões da pasta do meio ambiente

Brasil de Fato I Londrina |

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Apenas em junho de 2019, a floresta amazônica perdeu o equivalente à área urbana da cidade de São Paulo
Apenas em junho de 2019, a floresta amazônica perdeu o equivalente à área urbana da cidade de São Paulo - Mayke Toscano

Apenas em junho de 2019, a floresta amazônica perdeu o equivalente à área urbana da cidade de São Paulo, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora a região desde 1988. Em 2019, atingimos mais que o dobro do desmatamento de 2013. Já as queimadas cresceram 82% em relação ao mesmo período de 2018.

A Amazônia arde e o mundo protesta. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou profunda preocupação com os incêndios. No último fim de semana, a Amazônia passou a ser tema central do encontro das maiores potências do mundo, o G7. E Jair Bolsonaro recusou de início a ajuda internacional. Mas, fanfarrão, teve que voltar atrás e aceitar.

Mas não há motivos para surpresas. Ainda em campanha Bolsonaro deu sinais de seu total desdém: frisou que ia tirar o Brasil do “acordo do clima”, incentivar o garimpo em áreas indígenas, que não teriam mais “um palmo” de terras demarcadas. Como presidente, instituiu corte de 187 milhões da pasta do meio ambiente e 89 milhões do Ibama. Ele ignorou todos os alertas de incêndios, consolidando assim, ao lado do ministro do (anti) meio ambiente, Ricardo Salles, uma política ambiental medíocre. Com isso, perde a floresta, perde o povo, perde o Brasil, perdemos todos nós. 

Edição: Hugo Leme, Gabriel Ruiz e Sara Gladys