Paraná

Ataque à educação

Paralisação lembra quatro anos do Massacre do Centro Cívico em Curitiba (PR)

Ato também será em protesto contra a reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro

Porém.net | Curitiba (PR) |
Polícia lançava gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, balas de borracha contra educadores e educandos do Paraná.
Polícia lançava gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral, balas de borracha contra educadores e educandos do Paraná. - Leandro Taques

Servidores públicos do Paraná fazem um paralisação nesta segunda-feira (29) para marcar a passagem de quatro anos do Massacre do 29 de abril no Centro Cívico, quando o então governador Beto Richa (PSDB) e seu secretário de Segurança Fernando Francischini (PSL) ordenaram o ataque da PM contra centenas de trabalhadores e trabalhadoras que protestavam contra alterações no regime da previdência do funcionalismo.

A paralisação envolve várias categorias em diversas cidades do Paraná, mas a concentração maior será em Curitiba com um ato público na Praça Santos Andrade a partir das 9h, que recordará o 29 de abril de 2015; uma das operações policiais mais violentas da história paranaense que deixou mais de 200 pessoas feridas. No mesmo instante do massacre, os deputados da base de apoio de Richa – que ficaram conhecidos como “bancada do camburão” – conseguiram aprovar a votação final da proposta.

Sem reposição da inflação há mais de três anos, o funcionalismo acumula perdas de mais de 16%, e agora enfrenta a ameaça de novo congelamento de salários e da extinção de direitos adquiridos, como os quinquênios e as licenças-prêmio. Os servidores destacam que em 2018, durante a campanha ao governo, o então deputado estadual Ratinho Júnior (PSC) veio a público para criticar a governadora Cida Borghetti (PP). Na oportunidade ele se comprometeu a respeitar a data-base da categoria, defendendo a ampliação do reajuste de servidores e servidoras.

A paralisação desta segunda-feira (29) também serve como protesto contra a reforma da previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro (PSL), uma luta que unifica toda a classe trabalhadora.

Em razão do ato dos servidores, que deverá ser concluído no Centro Cívico, o gabinete militar, responsável pela segurança da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), recomendou que os deputados adotem medidas de segurança para acessar a Casa de Leis. A recomendação é que os parlamentares entrem na Assembleia pelo portão do Tribunal de Justiça (TJ-PR). “Sugestionando aos senhores Parlamentares que caso prefiram, acessem pelo Tribunal de Justiça do Paraná cuja entrada estará liberada para as autoridades”, diz o ofício.

Movimento estudantil

Aprovada em assembleia estudantil, a UNESPAR se juntará ao ato da APP Sindicato em frente ao Palácio do Iguaçu, com falas e manifestações artísticas.

Edição: Laís Melo