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Os desafios da campanha Lula Livre

Preso, ele sofreu uma série de arbitrariedades por parte de um poder Judiciário ativista, antinacional e conservador

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Depois de Lula ter sido visitado pelo juiz Edevaldo Medeiros viaturas da PM comunicaram que não poderia haver o "Boa noite, Lula"
Depois de Lula ter sido visitado pelo juiz Edevaldo Medeiros viaturas da PM comunicaram que não poderia haver o "Boa noite, Lula" - Reprodução

No dia 21 de março, o final da tarde na Vigília Lula Livre, em Curitiba, teve um momento bizarro: depois de o ex-presidente Lula ter sido visitado pelo juiz Edevaldo Medeiros, ao lado de outros dez juízes preocupados com o futuro da democracia, cinco viaturas da Polícia Militar comunicaram que não poderia haver o “Boa noite presidente Lula” naquele dia.

Logo ameaçaram a coordenação da Vigília de ser presa se descumprisse uma ordem que não tinha amparo legal ou determinação judicial. O mais absurdo era o fato de que a Vigília localiza-se em terreno particular e faz atividades das 9h às 19h, não apresentando irregularidades.

Em seguida, o próprio major da PM desmentiu qualquer orientação neste sentido. Mas fica a lição de que os setores golpistas do país não permitem sequer a divulgação das ideias de Lula, um líder nacional e popular, um verdadeiro fantasma para um governo Bolsonaro que busca fazer do país capacho dos EUA.

Nesse sentido, a campanha nacional e internacional Lula Livre vive um momento importante na medida em que o desgaste inicial do governo Bolsonaro abre a memória para os êxitos do período de governo Lula.

A partir daí, é preciso um novo patamar de mobilização da campanha, de forma a dialogar com a população em cada cidade do país. O desafio é explicar as injustiças contidas nos processos contra ele. Lula foi preso porque certamente venceria as eleições de 2018 e foi impedido até mesmo de dar entrevistas à imprensa naquele período.

Preso, ele sofreu uma série de arbitrariedades por parte de um poder Judiciário ativista, antinacional e conservador, que o perseguia como preso político ou como preso comum conforme os interesses do grupo de operadores da Lava Jato e do juiz Sérgio Moro – quem se beneficiou politicamente da prisão de Lula e tornou-se ministro da Justiça.

*Neudicléia de Oliveira e Pedro Carrano são integrantes da coordenação e da comunicação da Vigília Lula Livre

Edição: Laís Melo