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Pessoas com deficiência defendem “Lula Livre” em Curitiba

Criticam falta de políticas para o segmento e avaliam que houve cortes desde Temer até o atual governo

Brasil de Fato I Curitiba |
"Lutar por Lula Livre é lutar pelos sonhos da gente, por democracia, por política de fato para as pessoas"
"Lutar por Lula Livre é lutar pelos sonhos da gente, por democracia, por política de fato para as pessoas" - Pedro Carrano

Cerca de 30 integrantes do Movimento Cegos por Lula Livre, composto por pessoas com deficiência, participou na manhã de hoje (30), na Vigília Lula Livre, com o desejo de que “Lula seja solto”, como afirma Joana Belarmino, de João Pessoa (PB), uma das coordenadoras do movimento.

Os integrantes participaram do “bom dia presidente Lula” e protocolaram na Vigília uma carta ao ex-presidente, com cópias em braile e também uma cópia gravada na língua brasileira de sinais (libras). Além do movimento, esteve presente também a caravana de Campinas.

A partir das 9h30 iniciou-se uma roda de conversa na qual essa comunidade relatou suas aspirações, as dificuldades do dia a dia. Principalmente, falaram da necessidade de políticas públicas e reconhecimento do segmento – o que remete à figura de Lula.

“Sou cego. Sou gay, temos que levar essa luta para uma mudança de regime, ajudar o presidente Lula a levar o Brasil a um patamar de independência econômica e auto-suficiência industrial. Estão tirando dinheiro da previdência para dar aos banqueiros”, afirma Luis Amorim.

Ao longo do debate, um lenço vermelho corria de mão em mão e cada integrante do Movimento Cegos por Lula fazia uma fala de dois minutos, sempre respeitando a fala anterior, defendendo a necessidade de democracia, pluralidade e de políticas para as pessoas com deficiência.

“Lutar por Lula Livre é lutar pelos sonhos da gente, por democracia, por política de fato para as pessoas que mais necessitam de políticas públicas, nós não podemos nos calar diante de tanta injustiça, diante da tentativa de retiradas de direitos”, enfatiza Flávio de Souza, que é da base do sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SP).

Alguns traziam a figura de Lula ligada à memória afetiva. É o caso do técnico em computação Gilberto Yoshikazu Osawa, natural de São Paulo, mas residente em Curitiba, que apresenta o quadro conhecido como baixa visão. Osawa, que registrava o momento na sua câmera, narra que o seu pai trabalhava na Ford de São Paulo e conheceu Lula quando surgia como liderança. “Desde então ele subiu nos palanques, para protestar e reivindicar os direitos dos metalúrgicos, ele começou a tomar liderança de São Bernardo”, afirma.

“Minha luta desde então é por igualdade de condições para todos. Para que todos tenham os mesmos direitos”, completa.

Ausência de políticas

Osawa faz a leitura de que as políticas públicas voltadas a esse segmento da sociedade começaram a se reduzir durante o governo Temer e as perspectivas não são boas na gestão Bolsonaro.

Por outro lado, aponta políticas importantes realizadas para as pessoas com deficiência nos períodos de governos Lula e Dilma. É o caso do Viver sem Limites, lançado no dia 17 de novembro de 2011 (Decreto Nº 7.612) pela então presidenta Dilma Rousseff.

“Houve leis voltadas aos idosos, à baixa renda, a pessoas com deficiência, governo que se mostrou favorável, por meio de conselhos municipais, o que foi importante, foram criadas leis e planos, como o ‘Viver sem Limites’. Nós precisamos de equipamentos na área de tecnologia, precisamos de equipamentos, celulares, notebooks, que nos ajudem a minimizar as nossas dificuldades. E esse plano está parado desde 2016”, considera.

 

Edição: Redação Paraná