Paraná

EDITORIAL PARANÁ

31 de março é dia de memória e resistência

Oficializa-se, com o aval presidencial, um ambiente de celebração do horror e do terror

Brasil de Fato I Curitiba |
"além de torturar e matar centenas de pessoas, aprofundou problemas do povo brasileiro"
"além de torturar e matar centenas de pessoas, aprofundou problemas do povo brasileiro" - Evandro Teixeira

Dia 31 de março completam-se 55 anos do golpe militar que, em 1964, sequestrou a democracia brasileira e colocou o poder na mão dos militares. Deu-se início ao trágico período da História em que a participação popular no processo político e a liberdade de expressão, entre outros direitos democráticos, foram duramente reprimidos. Começamos a recuperar, a partir de 1985, a possibilidade de escolher nossos representantes pelo voto. O presidente Jair Bolsonaro, porém, parece não se importar com o valor dos votos que o elegeram: determinou que sejam realizadas nas unidades militares “as comemorações devidas com relação a 31 de março de 1964”. Oficializa-se, com o aval presidencial, um ambiente de celebração do horror e do terror. Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, também já se referiu ao golpe como “movimento”. Ambos deveriam saber que não há motivos para celebrar. A ditadura foi um regime que não devemos esquecer: além de torturar e matar centenas de pessoas, aprofundou problemas do povo brasileiro, como a miséria, a desigualdade, a concentração de renda e de terras e a corrupção. O apelo à celebração do golpe é um desespero dos governantes. Como a nossa história ensina, insistiremos em lembrar e resistir. Para que não se repita.

Edição: Naiara Bittencourt e Guilherme Uchimura