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Retrocesso

Reforma da Previdência é crueldade com quem trabalha no campo

Mulheres enfrentam jornada tripla e começam a trabalhar desde criança.

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Mulheres do campo enfrentam jornadas triplas
Mulheres do campo enfrentam jornadas triplas - Giorgia Prates

Os trabalhadores rurais estão entre os grupos que mais sofrem com a reforma da Previdência enviada pelo governo ao Congresso Nacional. Principalmente as mulheres, que começam a trabalhar ainda crianças e enfrentam jornada tripla, tendo de cuidar da roça, de onde vem seu sustento, do entorno da casa, com animais e pomar, além do trabalho doméstico.

Para a agricultora familiar Dirlete Dellazeri, do Assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas-PR, “A reforma da previdência é uma crueldade com quem trabalha no campo. Que vem para tirar o pouco de dignidade da gente quando não tem mais condições de produzir.”

Entre os pontos que ela acha impossíveis de cumprir está a contribuição de R$ 600 por ano por pessoa da família. “Com três pessoas, são R$ 150 por mês. E isso é basicamente o que a gente da agricultura familiar tem para viver, para pagar a luz e conseguir comprar alguma coisa durante o mês, como alimento que falta, um calçado”, explica.

Outro ponto que questiona é que no campo a pessoa já começa a trabalhar com 10, 11 anos e não tem fim de semana, feriado, férias. “Como as mulheres do campo vão esperar até os 62 anos para se aposentarem. A gente trabalha de 1º de janeiro a 31 de dezembro todos os anos, de sol a sol.” 

Edição: Laís Melo