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Transporte público é tema da Câmara Municipal de Curitiba

Reajuste de Tarifa e implantação da bilhetagem eletrônica em todo o sistema devem ser votados

Porém.net e Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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Enquanto Greca silencia sobre o reajuste, a página da Prefeitura tem se dedicado na última semana a anunciar a entrega de novos ônibus
Enquanto Greca silencia sobre o reajuste, a página da Prefeitura tem se dedicado na última semana a anunciar a entrega de novos ônibus - Lucilia Guimarães/SMCS

Após recesso parlamentar, a Câmara Municipal de Curitiba retoma nesta segunda-feira (4) os trabalhos e um dos primeiros temas a serem debatidos estão relacionados ao transporte público.

Por um lado, parlamentares terão que votar o polêmico projeto apresentado no ano passado pelo prefeito Rafael Greca (PMN), que prevê a implantação da bilhetagem eletrônica em todo o sistema, com a extinção gradativa da função de cobrador de ônibus. O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) alega que, se aprovada, a proposta vai gerar desemprego.

O reajuste do valor da passagem de ônibus previsto para este mês é outro tema a ser debatido. A tarifa de Curitiba está em R$ 4,25, mas a Comec define a tarifa técnica em R$ 4,71. No governo de Beto Richa, o subsídio dado pelo governo do estado era de R$ 71 milhões. De acordo com a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), a passagem de Curitiba é a quinta mais cara do país entre as capitais. A cidade – sem qualquer reajuste – fica atrás de BH (R$ 4,50), Florianópolis (R$ 4,40), São Paulo e Porto Alegre (R$ 4,30 em ambas).

O prefeito Rafael Greca já se reuniu com o governador Ratinho Júnior para tentar manter o subsídio dado ao transporte da capital. No entanto, o encontro não surtiu em algum anúncio prático. Apenas a declaração do governador de que “a gente sabe da importância que a capital, nossa Curitiba, tem para o desenvolvimento do Paraná e também para as cidades da região metropolitana. O transporte público é um grande desafio que nós temos em conjunto com as grandes cidades do Paraná e claro, a gente tem que achar soluções em conjunto”.

Data-base

Um dos argumentos para elevar a tarifa é o reajuste dos motoristas e cobradores. No último dia 25, em assembleia, “a categoria estabeleceu, por unanimidade, o requerimento de um reajuste salarial de 10% na negociação do acordo coletivo”. De acordo com o Sindimoc, “ainda sobre o reajuste salarial, foi decidido, também por unanimidade, manter a data-base para o acréscimo do direito como dia 1o de fevereiro, com o pagamento do valor retroativo a esta data caso as negociações sejam estendidas com o patronal”.

Agenda Positiva

Enquanto Greca silencia sobre o reajuste, a página da Prefeitura de Curitiba tem se dedicado na última semana a anunciar a entrega de novos ônibus. O governo municipal destaca que “em dois anos, 117 novos ônibus entraram em operação na capital. Outros 40 ônibus serão entregues em fevereiro”, mês do reajuste da tarifa.

Edição: Laís Melo