Paraná

Eleições 2018

Entrevista: A construção da campanha se dá pela diversidade

Candidato a deputado estadual pelo PT-PR, o advogado Renato Freitas defende os direitos da periferia de Curitiba

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Debate sobre drogas, juventude e periferia é um dos pontos de atenção da campanha de Renato
Debate sobre drogas, juventude e periferia é um dos pontos de atenção da campanha de Renato - Arquivo pessoal

Militante do movimento negro na Região Metropolitana de Curitiba, Renato Freitas é advogado e doutor em Direito. Na entrevista ao Brasil de Fato, fala da dificuldade de identificação dos negros e das mulheres na hora de votar. 

BdF – Renato, como explicar que mulheres, negros e mestiços sejam maioria na sociedade brasileira, mas minoria na política, que sempre tem homens brancos, ricos e herdeiros de outros políticos?

Esse é um grande desafio. Estava vendo há pouco um estudo da Universidade Federal do Paraná sobre a continuidade das famílias na política. Mostrava que nosso prefeito, Rafael Greca, tem parentesco com o governador Beto Richa, que foi governador duas vezes já teve seu pai também governador. Essas famílias têm poder e se perpetuam por conta da mídia. São sobretudo famílias que manipulam os meios de comunicação e criam na cabeça das pessoas um mundo em que as pessoas querem destruir o espelho. Um mundo que faz o negro odiar o negro, o pobre culpar a si mesmo pela pobreza etc.

BdF - Quais as principais propostas de sua campanha a deputado estadual? 

A construção da nossa campanha se dá principalmente pela diversidade na forma como se apresenta. Na periferia, para pessoas negras, brancas, para pessoas gays, as que têm qualquer necessidade especial e os que foram destruídos pelo capitalismo, como o porteiro que fica 10 horas por dia vendo a riqueza em volta dele e vai para casa e está com a luz cortada. Enfim para todas essas pessoas que perderam na vida e que são plurais. Para sair um pouco do abstrato, a gente avalia que as drogas fora de controle, como o crack, aprisionam, matam e geram muitos problemas familiares. E essa questão tem que ser debatida com sinceridade e honestidade. 

Edição: Laís Melo