Campo e cidade

Economia solidária é vivenciada na 17ª Jornada de Agroecologia

Encontros, diálogo, sorrisos, trocas de experiências e solidariedade

Curitiba (PR) |
A Associação das Padarias e Cozinhas Comunitárias também tem um espaço na feira, onde são comercializados pães, bolos, doces e salgados
A Associação das Padarias e Cozinhas Comunitárias também tem um espaço na feira, onde são comercializados pães, bolos, doces e salgados - Gibran Mendes

Quem passar pela Feira da Reforma Agrária, da Agricultura Familiar e da Economia Solidária, e pela Culinária da Terra, na Praça Santos Andrade, em Curitiba (PR), até o sábado (9), vai encontrar mais do que alimentos agroecológicos, artesanatos, pães, bolachas, cerveja artesanal, sementes crioulas, lanches, sucos e livros. A visitante e o visitante vão encontrar um lugar de (re)encontros, diálogo, sorrisos, trocas de experiências e solidariedade.

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Para os organizadores, essa é uma das diferenças da economia solidária para o comércio voltado exclusivamente ao lucro: a valorização do ser humano, das experiências, dos saberes e dos conhecimentos trazidos por trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade. As feiras e a Culinária da Terra estão dentro da 17ª Jornada de Agroecologia, que está sendo realizada em Curitiba entre os dias 6 e 9 de junho.

“A Feira vai muito além da dimensão de comercialização, é um processo de troca e aprendizagem”, destacou Luis Pequeno, que integra o coletivo Sinergia Alimentos Saudáveis e é um dos expositores. Para ele, esta primeira experiência da Jornada em Curitiba fortalecerá a agricultura familiar e os empreendimentos solidários da cidade a partir da troca de experiências entre ambos.

Campo e cidade

Ademir Fernandes faz parte da Rede Terra Livre e promove o intercâmbio de produtores do campo e consumidores da cidade a partir da comercialização de cestas de produtos agroecológicos em Curitiba. A própria agroecologia, diz ele, é uma forma de economia solidária e, para que ela se fortaleça, a relação entre o campo e a cidade é fundamental. “Tanto o artesão precisa do agricultor como o agricultor precisa do artesão. É um processo de ligação e não de dependência. E este processo todo faz parte da economia solidária”, ressalta.

A Associação das Padarias e Cozinhas Comunitárias Fermento na Massa também tem um espaço na feira, onde são comercializados pães, bolos, doces e salgados. Nair de Queiroz Cunha, da Padaria Comunitária Vitória, avalia que a feira é um lugar de formação para que as integrantes da rede compreendam que não só as padarias fazem parte da economia solidária. “As pessoas da roça, os pequenos produtores, os produtores de artesanatos, todos fazem parte dessa rede”, afirma. Odete Correia Schran, presidente da Associação, reconhece a importância da feira para o coletivo: “É bom porque a rede de padarias está sendo conhecida”.

Feira da diversidade

Esta é uma das feiras com maior diversidade em todas as edições da Jornada, afirma Andrea Barros. Andrea faz parte da coordenação da feira e diz que entre as pessoas presentes nos 117 espaços de comercialização e exposição estão quilombolas pescadoras/es, grupos LGBT, juventude, agricultura familiar, dentre outros. “Esta feira é fruto da organização popular, envolve tanto os movimentos do campo quanto os da cidade. Para mim, tudo isso é economia solidária”, enfatizou Andrea, que também comercializa seus produtos no espaço destinado ao empreendimento solidário Coletiva Arte.

Há diversidade, ainda, nas representações por Estado: estão presentes produtores do Paraná, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo, que integram cooperativas agroecológicas e de acampamentos e assentamentos da reforma agrária.

 

 

Edição: Laís Melo