Luta

Ato em defesa da Petrobrás e contra o aumento do gás de cozinha mobiliza João Pessoa

Manifestação chamada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo reuni mais de três mil pessoas em dia nacional de luta

João Pessoa (PB) |
A frente do ato as mulheres seguravam cartazes e replicas de botijão de gás com os dizeres "O petróleo é nosso" e "abaixo o preço do gás".
A frente do ato as mulheres seguravam cartazes e replicas de botijão de gás com os dizeres "O petróleo é nosso" e "abaixo o preço do gás". - Paula Adissi

Aos gritos de "eu não aguento mais, abaixa o preço do gás!", cerca de três mil pessoas ocuparam a Avenida Josefa Taveira, no bairro de Mangabeira, o mais popular de João Pessoa. O ato foi um chamado das Frentes Brasil Popular e Frente Povo sem Medo e contou com a participação de militantes de outros coletivos e também com o apoio da população que acompanhava a manifestação.

As faixas com os dizeres "intervenção militar não é solução" ou "fora Parente", presidente da Petrobrás se misturavam a pausa nas atividades no comércio, com os trabalhadores das lojas ou do setor informal vindo acenar para a manifestação, ou ao som de buzinas de motoqueiros e motoristas, insatisfeitos com o preço dos combustíveis, outra pauta da manifestação.

 

                                                                                                                                                       Moradores do bairro se integram a manifestação.

A juventude com seus tambores, fazendo paródia de funks ou cantando cocos, colocaram a marcha em um tom de esperança no futuro, ironizavam o presidente Michel Temer com marchinhas como "se derrubar o Temer cai".

Uma dessas jovens era a cadeirante Carolina Vieira. "Todos precisam entender que esse é um ato para a população e por isso precisa olhar para a população, dialogar com ela, mostrar que o país é nosso, que a Petrobrás é nossa".

 

                                                                                                                                                                   A batucada foi dando o ritmo da caminhada.

Para quem acompanhou a manifestação o sentimento foi de apoio as pautas. Socorro dos Santos, 63 anos, vendedora ambulante do mercado público de Mangabeira, era uma delas. "Está certo mesmo, tem que juntar todo mundo para tirar esse Temer, isso é um ladrão, colocar o preço do gás a cento e cinquenta reais, isso é absurdo".

Já Josy da Silva chega às sete da manhã para montar sua barraquinha com balas, bolos e café. Acostumada com o fluxo normal da avenida, sua primeira impressão foi de estranhamento com aquele movimento, as palavras de ordem. Mas, quanto mais o ato se aproximava de onde ela estava, melhor ela conseguir ouvir o que era dito. Com o som do batuque, o corpo balançava para um lado e para o outro. Perguntada se gostava do som, a resposta foi rápida: "gosto do que esse povo 'ta' dizendo. 'Ta certo, tem que fazer isso mesmo".

 

                                                                                                             Uma grande diversidade de organizações sociais estiveram presente ao ato.

Ainda deu tempo para se ouvir uma vaia ao senador tucano Cassio Cunha Lima, um dos responsáveis pela indicação de Pedro Parente para a presidência da Petrobrás. E ao som do grupo de rap Atividade Humana, o ato encerrou-se. O próximo encontro já está marcado. Será dia sete de junho, em ato convocado por professores e estudantes da UFPB.

Edição: Paula Adissi