O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em plena intervenção militar no Rio de Janeiro, revela que o aumento da repressão estatal é completamente ineficiente para resolver os problemas da segurança pública. A democracia brasileira está, a cada dia, mais violentada.
O golpe de 2016, desferido contra Dilma Rousseff, teve por fundamento aplicar uma agenda neoliberal no país e inviabilizar que candidaturas populares alcançassem vitória nas eleições de 2018. Agora, o golpismo mobilizou o Exército Brasileiro, que se pronunciou oficialmente em 16 de fevereiro: “O Comandante do Exército, em face da gravidade da crise, entende que a solução exigirá comprometimento, sinergia e sacrifício dos poderes constitucionais, das instituições e, eventualmente, da população”.
A ambiguidade do “sacrifício” exigido é evidente. Após haver sacrificado as conquistas constitucionais de 1988 em torno de direitos sociais, os golpistas “eventualmente” assistem à morte da quinta vereadora carioca mais bem votada. Contra o Golpe de Estado vigente no Brasil, que o povo brasileiro possa honrar as lutas de Marielle e Anderson, não apenas em sua memória, mas sob sua presença em nossa História.
Edição: Ricardo Pazello e Guilherme Uchimura