Minas Gerais

Alternativa

Editorial | Congresso do Povo

"A saída é a união do povo, essa enorme maioria, contra esse Congresso que está aí, e tudo que ele representa"

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
"Interesses inconciliáveis exigem que povo se organize"
"Interesses inconciliáveis exigem que povo se organize" - Mídia Ninja

O Congresso Nacional tem uma grande maioria de homens, brancos, ricos e empresários. O povo brasileiro é em sua maioria formado por mulheres, pardos e pretos, pobres e trabalhadores.

Os grandes problemas nacionais são ausência de moradia digna, de saúde pública de qualidade, educação pública universal do ensino fundamental ao universitário, salário justo, transporte público eficiente. A quase totalidade dos deputados federais não enfrentam esses problemas em seu dia a dia. Logo, distantes dos reais problemas do povo, não os sentem, não se envolvem e estão muito pouco preocupados em resolver essas questões.

Se fosse só insensibilidade, menos mal. A questão é mais séria. Os interesses entre essas duas classes são opostos. Uns querem mais direitos, mais políticas públicas. Necessitam que o Estado atue a favor do crescimento econômico, da distribuição de renda e no combate à enorme desigualdade social.

Os ricos e os grandes empresários, ao contrário, querem retirar direitos para diminuir seus custos com a folha de pagamento e aumentar seus lucros. Querem menos Estado social e mais garantia de que o orçamento dos governos seja destinado aos seus interesses.

Enfim, uns querem se aposentar, com saúde e qualidade de vida, outros, querem que o povo brasileiro trabalhe até morrer.

Em tempos de crescimento econômico é até possível, se for do interesse do presidente da República, agradar um pouco aqui, e um pouco acolá. Com crescimento econômico é possível manter os privilégios dos ricos e garantir algumas conquistas aos mais pobres. Foi o que assistimos de 2003 até 2012. Depois disso, com a crise econômica acabou a conciliação.

O que fazer?

A alternativa é a união do povo, essa enorme maioria, contra esse Congresso que está aí, e tudo que ele representa: a classe dominante, os seus meios de comunicação como a Globo, os que vivem de renda e da exploração dos trabalhadores. Essa é a agenda prioritária que será desenvolvida ao longo do ano com realização de Congressos em âmbito local, municipal, estadual e terminando em um grande Congresso do Povo Brasileiro, com a participação de dezenas de milhares de pessoas.

Do local ao nacional, essa verdadeira campanha pretende ouvir a população sobre seus problemas. Pretende também discutir um projeto popular para o país. Leia mais sobre a iniciativa na página 9 desta edição.  

Esse caminho, da mobilização e organização popular, é o que nos possibilitará ter um Congresso que represente o povo brasileiro, retome o desenvolvimento e a democracia em nosso país.

Edição: Joana Tavares