Patrimônio público

Sindicatos lançam frente contra privatizações do governo Temer

"As concessões públicas custam no mínimo 15 vezes mais do que eles estão anunciando no mercado", diz eletricitário

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Entre as privatizações anunciadas por Temer, as negociações mais avançadas são da Eletrobras
Entre as privatizações anunciadas por Temer, as negociações mais avançadas são da Eletrobras - José Cruz/ Agência Brasil

Sindicatos de vários setores lançaram, nesta quarta-feira (20), uma frente de atuação contra as privatizações de serviços essenciais propostas pelo governo Temer. 

Segundo Eduardo Annunciato, presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, as experiências de privatização do setor básico retiram investimentos do serviço público, rebaixam os salários dos trabalhadores, além de precarizar a rede de serviços: 

"Então, o que temos que fazer é combater as privatizações e não deixar que os mesmos erros do passado sejam repetidos neste momento. O país está passando por uma crise e não é justo que todo o conhecimento sobre o setor elétrico brasileiro, saneamento seja jogado no lixo em nome de salvar alguns 'capas pretas' do poder", declara Annunciato. 

As negociações mais avançadas são da Eletrobras. O governo golpista de Michel Temer (PMDB) já se pronunciou sobre a intenção de privatizar o sistema de energia do Brasil.

Para Annunciato, a entrega dos patrimônios colocam em xeque a soberania do país. As estatais elétricas brasileiras estão perdendo espaço para empresas estrangeiras. Em apenas três anos, a chinesa CTG, por exemplo, já é a maior geradora privada de energia no Brasil.

"Agora tentam se esconder atrás de uma cortina de fumaça salvando seu governo com uma receita vil e rebaixada, entregando a preço de banana as concessões públicas que custam no mínimo quinze vezes mais do que eles estão anunciando no mercado", diz o sindicalista. 

A primeira atividade da Frente "O Brasil não está à venda" ocorreu no  Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo. Além dos eletricitários, participam da Frente o Sindicato dos Trabalhadores em água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema), o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e o Sindicato dos Metroviários. 

Edição: Camila Salmazio