Paraná

Violência

Após assassinato de motorista, categoria cobra segurança no transporte coletivo

Edmilton José de Melo foi assassinado em um arrastão na madrugada de 23 de julho

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Entre janeiro e abril deste ano, a Urbs registrou em média 5,7 assaltos por dia ao transporte público
Entre janeiro e abril deste ano, a Urbs registrou em média 5,7 assaltos por dia ao transporte público - Priscila Murr

Motoristas e cobradores ônibus de Curitiba denunciam uma realidade de precarização e insegurança. Para chamar atenção da sociedade e do governo municipal, a categoria realizou uma séria de paralisações de uma hora na última semana. A ação ocorreu em diferentes terminais da cidade, como no Campo Comprido, Campina do Siqueira, Santa Felicidade, Caiuá e Fazendinha, e também na região central.  

“Nossa maior dificuldade é que todas essas horas são descontadas e há constantes ameaças de demissão, e isso prejudica a adesão da categoria”, explica o motorista Jarbas Maranhão, que dirige há oito anos a linha São Braz. “E, ao mesmo tempo, os usuários se voltam contra nós quando paralisamos nosso trabalho para chamar a atenção das autoridades”.  

As ações de protesto por mais segurança se intensificaram depois da morte do motorista Edmilton José de Melo. Ele foi assassinado em um arrastão durante a madrugada de 23 de julho, enquanto dirigia a linha Curitiba/Jardim Paulista.  

Enquanto esses profissionais conduzem trabalhadores de toda a capital e região metropolitana entre pontos de origem e de destino, a sensação coletiva é de vulnerabilidade: segundo boletim interno da Urbanização de Curitiba S/A (Urbs), entre janeiro e abril deste ano, a média de assaltos por dia ao transporte público chegou à marca de 5,7. 

Reivindicações 

Segundo Maranhão, as principais reivindicações são o monitoramento online, 24 horas por dia, no interior dos veículos; e uma atenção maior quanto à iluminação das ruas por onde passam ônibus, sobretudo nas ruas mais escuras. “Outra solução seria mover pontos de parada instalados em locais de risco e levá-los a lugares movimentados, como em frente a comércios”, sugere o motorista.  

De acordo com Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), a categoria também reivindica a criação de uma delegacia especializada em crimes no transporte coletivo e mais viaturas da guarda municipal, dedicadas exclusivamente ao patrulhamento do transporte coletivo. Para fortalecer as mobilizações, o Sindimoc busca o diálogo com os trabalhadores nas garagens e convida a população a se somar num ato maior, em 20 de setembro. A concentração será na praça Rui Barbosa, a partir das 15h. 

Na tarde de terça-feira (12), o sindicato informou a suspensão das paralisações do transporte coletivo, diante da “coação das empresas, ameaças de descontos nos salários e de demissões”.  

Edição: Ednubia Ghisi