Minas Gerais

Crise política

Editorial | Eleições diretas contra um Congresso de ilegítimos

Congresso Nacional acelera reformas cruéis

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
"Em uma coisa a classe dominante está unida: em retirar direitos do povo"
"Em uma coisa a classe dominante está unida: em retirar direitos do povo" - Vitor Teixeira

Em 2017 um governo – sem voto - reprovado por ampla maioria popular (menos de 9% o aprova) acelera medidas antipopulares como nunca antes vistas. A população vem percebendo que, mais do que uma guerra sobre a narrativa histórica entre “foi ou não golpe”, os resultados estão sendo nefastos para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo os mais pobres. 

Essa imagem de que o país segue uma rota de aprofundamento da sua crise e que somente a classe trabalhadora foi chamada a pagar a conta ficou mais evidente com as revelações sobre “caixa 2” realizadas pelos sócios proprietários da JBS-Friboi. A informação atingiu em cheio o governo Temer.

Apesar da confusão gerada no ninho das elites, em uma coisa a classe dominante está unida: em retirar direitos do povo através das reformas trabalhistas, da Previdência e das privatizações. Por um lado, alguns setores representados pelos jornais Estadão e Folha de São Paulo ainda apoiam a permanência de Temer na presidência; do outro, a rede Globo atua pelo desgaste e consequente renúncia para, a partir da vacância presidencial, o presidente da Câmara dos Deputados (Rodrigo Maia) convocar eleições indiretas para a presidência do País.

Fora Temer! Fora Congresso! Por Diretas Já!

Entretanto, fora das cúpulas, ganha força massiva a ideia de que todo o sistema político está corrompido, quando se vê por via de doações de campanha (declaradas ou não), que as eleições brasileiras foram completamente sequestradas pelo poder econômico. Que o diga a representação de Minas no Senado. Minas está mal de senadores: Aécio Neves, Zezé Perrella e Anastasia estão comprometidos com o poder econômico e com o golpe. Enquanto solução, não resta outro caminho senão a mobilização social como elemento crucial para definir os rumos do país. Sem mobilização popular, o poder econômico define o jogo. Sem povo na rua, este Congresso desmoralizado escolherá via eleições indiretas um presidente para dar continuidade às reformas mais cruéis já implementadas desde o fim da ditadura militar.

Fora Temer! Fora Congresso! Por Diretas Já! Para que o povo possa restabelecer um pacto democrático para reformar todo o sistema político brasileiro através de uma constituinte exclusiva e soberana. Importa agora um plano de desenvolvimento emergencial, como apresentado pela Frente Brasil Popular, que, ao invés de tolher direitos, proponha crescimento sem precarização, com investimento e soberania nacional.
 

Edição: Joana Tavares