O Deputado Bolsonaro (PSC-RJ), mais uma vez, confirmou postura preconceituosa ao relatar uma visitar feita a uma comunidade quilombola em Eldorado Paulista: “[...] afrodescendente mais leve lá, pesava sete arrobas. (risos na plateia) Não fazem nada! Eu acho que nem pra procriadores servem mais.”
As palavras de Bolsonaro, comparando afrodescendentes a animais, são graves ofensas racistas, como também denunciou o Ministério Público Federal em ação civil pública contra o deputado. O órgão afirma que "o julgamento ofensivo, preconceituoso e discriminatório do réu a respeito das populações negras e quilombolas é incontestável"
No Brasil a população negra tem os menores salários em trabalhos iguais, a menor taxa de escolaridade, menos acesso à saúde e morrem mais cedo, segundo relatório divulgado pela ONU em 2014. O racismo é o responsável por essas diferenças, fruto de mais de três séculos e meio de escravidão. Após a escravidão o Estado brasileiro não fez quase nada para viabilizar que a população negra tivesse trabalho e salário justos para viver com dignidade. O que o Estado fez foi criminalizar a cultura negra, como quando a capoeira e o samba eram justificativa para prender. Como a população negra vai poder progredir se racistas continuam a atacar impunemente?
Por isso Bolsonaro deve responder por ter comparado quilombolas a animais. A Justiça não pode aceitar que a ofensa racista fique impune. Se a lei é para todos, que Bolsonaro pague pelo crime de racismo.
Edição: Brasil de Fato PR