Em uma visita "surpresa" à Câmara Municipal de Curitiba, o prefeito Rafael Greca (PMN) afirmou esta semana que os servidores municipais não devem receber o reajuste salarial no fim de março, conforme previsto na data-base. O Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) pediu para debater a pauta antes do término da sessão, mas Greca se recusou.
A justificativa do prefeito para adiar o pagamento dos reajustes são os débitos deixados pela gestão Gustavo Fruet (PDT): as dívidas contraídas pelo prefeito anterior sem empenho ultrapassam os R$ 612 milhões. "Os sindicatos, com razão, vão me cobrar a reposição da inflação nos salários. Mas eu temo que nós não tenhamos dinheiro para tudo isso de pronto", disse Rafael Greca.
O Departamento Intersindical de Estudos Econômicos e Sociais (DIEESE) afirma que Curitiba teve aumento de receita, mesmo em um cenário de crise econômica. A solução, portanto, não estaria na retirada de recursos dos servidores, mas em um incremento da arrecadação. "Uma questão é a melhoria da fiscalização, inclusive com a contratação de mais servidores para a fiscalização de tributos. Outra linha é cobrar dívidas fiscais das empresas, cujo grau é elevado", aponta o economista Fabiano Camargo, do DIEESE.
Deboche
Rafael Greca prometeu receber o Sismuc para debater a pauta, mas debochou ao definir uma data para a reunião: "Eu vou te atender. Eu não tenho muito dinheiro agora. Estou pobre, mas daqui a pouco me arrumo", disse. O Pacote de Austeridade deve ser enviado à Câmara até a semana que vem – sem diálogo com os trabalhadores.
Edição: Daniel Giovanaz