Paraná

Circo da Democracia

Circo coloca a democracia como atração principal

Mais de 150 artistas participam do Circo da Democracia, com apresentações gratuitas.

Curitiba |
Os artistas que participam do evento abriram mão do cachê e todas as atividades são gratuitas
Os artistas que participam do evento abriram mão do cachê e todas as atividades são gratuitas - Leandro Taques

A aliança entre arte e política é o espetáculo principal do Circo da Democracia, que ocupa a Praça Santos Andrade até a próxima segunda-feira (15), no Centro de Curitiba. Ao longo de 10 horas de programação diária, o evento faz a defesa da democracia e propõe debater os rumos da política no país.

A ação, uma iniciativa da articulação Advogados pela Democracia, é organizada por cerca de 100 entidades e movimentos populares. A lona azul e amarela que abriga os debates, shows e apresentações culturais pertence à família circense Zanchettini, que é paranaense e está há cerca de 80 anos no picadeiro e na estrada. Os artistas que participam do evento abriram mão do cachê e todas as atividades são gratuitas.

Presidenta Dilma 
“Estamos aqui no Circo da Democracia fazendo a avaliação e a reflexão sobre os caminhos que vamos trilhar daqui para frente. Temos a obrigação de tentar parar o golpe”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, quando esteve no palco do Circo, no dia 8 de agosto. Segundo a presidenta, o governo interino impõe ao país um programa que garante apenas os interesses da elite e que jamais seria aprovado pela vontade popular nas urnas. Ela também reforçou a intenção velada dos atores políticos do golpe em impedir as investigações sobre esquemas de corrupção no país. 


Foto: Rafael Oliveira 

Senador Requião 
O senador Roberto Requião (PMDB) também participou da atividade e apontou a participação dos setores aliados ao capital financeiro no golpe institucional que está em curso no Brasil. “Você não tem mais o parlamentar do PT, do PPS, etc. Você tem o parlamentar mandado pelo capital", disparou. Segundo ele, a relação dos representes do legislativo com o capital e a iniciativa privada leva às tentativas de flexibilização das leis trabalhistas, e dos cortes na Previdência, na saúde, entre outros direitos.

Foto: Camilla Hoshino 

Cultura
A cultura tem sido uma das marcas mais fortes deixadas pelo Circo. De sucessos nacionais até bandas, poetas e coletivos artísticos da cidade, passaram pelo palco principal. “Se dizem que o trabalho dignifica o homem, a cultura significa o homem, a mulher, as gays, as trans e o mundo inteiro”, afirma Jessica Candal, do Movimento Cultura Resiste, primeiro grupo a ocupar uma representação do Ministério da Cultura, ameaçado pelo governo interino. O movimento também foi um dos atores chave da construção do Circo.

Foto: Léo Freitas

Movimento do campo 
Desde que surgiu o golpe, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST se dedica, junto com a Frente Brasil Popular, a mobilizar a população em diversas atividades e marchas pelo país. Mais de 150 pessoas vieram de diversas regiões do estado para participar e ajudar na organização do Circo. “Além de construir a participação ativa nos debates, na divulgação, nas intervenções artísticas, construímos um plano de formação, com a história da ditadura e da transição democrática no Brasil”, explica Wellington Lenon, do setor de comunicação do MST.

Foto: Camilla Hoshino 

"Fora, Temer"
O presidente interino, Michel Temer, seus ministros e a base governista da Câmara e do Senado têm feito avançar projeto para a retirada de direitos trabalhistas e sociais. O retrocesso pode ser o maior vivido pelos trabalhadores brasileiros em toda história, caso não haja uma reação forte. Diante desse cenário, as centrais sindicais mobilizam uma greve geral e atos em todo o Brasil no próximo dia 16 de agosto, de alerta para os golpistas. A proposta foi anuncia durante o Circo da Democracia e deve ser articulada em todo o Paraná.

Colaborou: Pedro Carrano 

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