Paraná

Operação Riquixá

Ex-diretor da Urbs e advogado de empresas de ônibus de Curitiba são detidos

Operação Riquixá investiga a existência de organizações criminosas no transporte coletivo do Paraná

Curitiba (PR) |
"O importante agora que a sociedade perceba que a operação do sistema de transporte é feita a partir de forças criminosas, que atuam para atender os interesses privados e para manter as coisas como estão há anos", afirma Valter Fanini, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná - Senge.
"O importante agora que a sociedade perceba que a operação do sistema de transporte é feita a partir de forças criminosas, que atuam para atender os interesses privados e para manter as coisas como estão há anos", afirma Valter Fanini, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná - Senge. - Arquivo/SMCS/Fotos Públicas

A Operação Riquixá, que investiga a existência de organizações criminosas no transporte coletivo de Guarapuava e Maringá, deteve nesta quarta-feira (29) pessoas ligadas ao sistema de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana. Entre os detidos está o advogado do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba (Setransp), Sasha Reck, seu irmão, Alex Reck, e seu pai, Garrone Reck, que foi diretor de operações da Urbs entre 1986 e 1989. Além deles, os advogados Antonio Carlos Marchetti, André Vinicius Marchetti e Fábio Miguel. Também foram realizadas 29 conduções coercitivas e 53 ordens de buscas e apreensão em empresas e residência, em cinco municípios do Paraná e nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Brasília.

Quem dirige a operação é o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná (MP-PR), em parceria com o Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) de Guarapuava. Apesar da investigação ser local, as consequências vão para além do interior, já que as empresas têm proprietários que também são donos de concessionárias do transporte coletivo da capital.

Esquema

Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Battisti, explicou o esquema de atuação do grupo, investigado por suspeita de corrupção, fraudes em licitações e crimes contra a ordem econômica. “Os criminosos se alinhavam com servidores públicos para conduzir as licitações”, exemplifica Battisti.

Alguns dos alvos da operação são pessoas que atuam nas empresas da família Gulin, que controla 68,7% das empresas de transporte coletivo de Curitiba, segundo levantamento da CPI do Transporte Coletivo, realizado em 2013 pela Câmara de Curitiba.

"O importante agora é que a sociedade perceba que a operação do sistema de transporte é feita a partir de forças criminosas, que atuam para atender os interesses privados e para manter as coisas como estão há anos", afirma Valter Fanini, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná - Senge que, somado a outras entidade sindicais e sociais, denunciou as irregularidade no atual contrato do transporte público de Curitiba.

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